Embora muitas vezes nos passe despercebido, a toda a hora ocorrem eventos de grande espectacularidade no nosso planeta, quer sejam catástrofes ou cenários espantosos de pouca ou grande complexidade, e um desses eventos já se começou a desenrolar…começou a migração das aves.
Com a vinda do inverno na Europa, muitas aves desencadeiam autênticas maratonas de voo, muitas passam por Portugal, outras ficam por cá, e ainda outras que já cá estavam partem rumo ao sul.
Simplificando, tudo se resume a locais ideais para a nidificação e locais para passar o inverno.
O lugre é uma espécie invernante no nosso país, pois com a chegada do inverno rigoroso no norte da Europa e a consequente diminuição de alimento, este, tal como muitas outras espécies como o Dom-fafe ou o Cartaxo-nortenho migram encontrando a sul um clima mais ameno onde encontram alimento com mais facilidade.
Podemos muitas vezes encontrar o lugre nas nossas ribeiras alimentando-se das sementes de amieiro. Com o fim do inverno voltam para os seus locais favoritos a norte para procriar.
Já por exemplo a Andorinha-dos-beirais vem reproduzir-se na Europa, mas com a chegada do frio e consequente falta de alimento voam para sul para a África Subsariana passando lá o inverno europeu e só regressando na Primavera, quando se reúnem as condições para procriar, sendo por isso uma espécie estival em Portugal pois só está no nosso país no tempo quente.
Também temos as espécies residentes que podemos encontrar por cá todo o ano como por exemplo o Pato-verde, Melro-azul, Gaio entre muitos outros. Mas como existem excepções também há espécies como por exemplo a Cegonha-branca em que só parte da população migra.
Outras ainda há que apenas utilizam Portugal como passagem, o Papa-moscas-preto chega a ser um dos pássaros mais comuns no nosso país aquando passa em migração para África.
Para acabar e dar algum sentido á foto, aí está uma espécie que fotografei há dias e está prestes a atravessar o Mediterrâneo em busca de um inverno mais ameno, o Papa-figos.