Como prometi no último artigo, hoje vou colocar um “post”, a que dei o título “pegada ecológica”.
Hoje pela manhã decidi que iria plantar uns carvalhos, espécie rara nas florestas onde vivo (Concelho de Mação). O ano passado por esta altura havia plantado umas bolotas de carvalho em pacotes de leite e hoje era um bom dia para os “devolver” à natureza.
Entrei por um estradão, e como havia muitas pinhas por ali aproveitei para apanhar algumas, de novo encontrei vestígios de esquilo, pinhas ratadas por todo o lado. Já agora que falamos de pinhas, para muitos todas as pinhas dão pinhões. Nada de mais errado pois nem todas dão os saborosos pinhões, estas são de pinheiro-bravo e dão as sementes que podem ver na foto. As pinhas de pinheiro-manso essas sim, dão pinhões.
São estas pequenas sementes que os esquilos adoram e que fazem parte da sua principal dieta. Assim, se os pinheiros desaparecerem, também eles vão desaparecer. Por isso o melhor é continuar a vê-los pela paisagem.
No meio de pinheiros e eucaliptos e poucos ou nenhuns sobreiros, veem-se Torgas (Calluna vulgaris) em flor. Por esta altura os louva-deus procuram estas plantas à espera que uma abelha ou outro insecto incauto lhe passe à frente para o caçar e comer. Engraçado, parecem fazer emboscadas para caçar as suas presas.
Ao chegar ao topo desta serra observei logo alguns Carvalhos-negral (Quercus pyrenaica) plantados de bolota por mim no ano passado. Agora vou plantá-los já com um palmo e com boas raízes.

Carvalho-negral (Quercus pyrenaica)
Abro umas covas e coloco-os dentro, ajeito a terra e coloco algumas pedras em redor para os proteger tanto de outra vegetação que venha a crescer, como também para os proteger um pouco do calor do verão para ver se eles se safam sem regas.
Estou numa zona rochosa que penso ser o sítio ideal para eles, pois de certo não será surribada para plantar eucaliptos. Aqui no topo existem 2 ou 3 sobreiros mas muito atarracados (têm líquenes nos ramos, um bom indicador da qualidade do ar aqui na zona). De resto apenas estevas e poucos pinheiros, pode ser que daqui a uns anos já haja cá algo de maior interesse paisagístico e ambiental.
Numa rocha observo movimento, era uma Aranha-lobo (Hogna radiata), é uma aranha que não faz a tradicional “teia” e a sua forma de caça também é fazendo emboscadas às presas. Assemelha-se a uma tarântula mas é mais pequena. Como podemos observar nas fotos tem 6 olhos… incrível não?
Um pouco mais de atenção e fotografo uma libélula, mais um predador, uma “águia” no mundo dos insectos.
Parece que por aqui só há insectos “caçadores”, de resto não reparo em mais nada de especial. Apenas se escutam algumas toutinegras-do-mato (Sylvia undata).
Planto mais umas árvores, e dou o meu trabalho como terminado faltando apenas devolver os velhos pacotes de leite que ficaram cativos durante um ano à reciclagem. Penso que já fizeram parte do trabalho que lhes compete.
Abraço