No concelho de Mação existe uma zona denominada de Aziral, talvez tenha adquirido este nome pelo facto de nesta zona existirem Azereiros (Prunus lusitanica), também conhecido como Loureiro de Portugal.
Esta é uma árvore com história, pois é anterior à ultima glaciação, momento em que na Europa existia uma floresta “tropical” denominada de “floresta Laurissilva”. Com as baixas temperaturas esta e outras espécies de vegetação foram desaparecendo da maior parte da Europa, o Azereiro resistiu até aos dias de hoje em alguns vales encaixados e protegidos. Em Mação perto da aldeia dos Degolados existe um destes vales onde estas árvores nativas de Portugal e do sudoeste da Europa continuam a existir e a população aqui parece ser sustentável. Mas o desconhecimento ou falta de interesse vão acabar por leva-las ao desaparecimento, ou diminuição da sua área. Em tempos elas existiriam em bom número pelo vale fora até ao Brejo-Grande, até um local conhecido como o “ninho da águia”. Se percorrermos este vale elas ainda existem mas muito poucas.
A paisagem onde elas dominam é fantástica, um verde brilhante domina, lá também encontrei grandes medronheiros, folhados entre outras espécies.
Fiz umas experiências que vale a pena experimentarem. A sua propagação. As suas sementes quando maduras são negras e apresentam-se em cacho, se as pusermos em água 3 ou 4 dias, a sua polpa facilmente é separada da semente, depois de secarem uns dias à sombra podemos lixá-las moderadamente com uma lixa fina, após isso colocam-se na terra a 1 cm de profundidade. Depois é esperar pela Primavera e vê las germinar.
Também por estacas pegam muito bem, em meados de Julho, colhi umas estacas com um pouco de ramo do crescimento anterior (estacas ainda verdes), e o seu crescimento também foi fantástico. Não vale a pena arranca-las na natureza para as termos no jardim, basta fazer o que escrevi. O seu crescimento até é rápido se não faltar água no verão.
Abraço!