Respira natureza Casas da Ribeira- Mação

 

A chuva da noite deixou no ar um cheiro a “terra”, o aroma das árvores como dos pinheiros bravos com as suas agulhas verdes, ainda orvalhadas, deixa no ar um bom preceito para um passeio matinal.

No chão, as agulhas de pinheiro, já secas, descansam onde agora piso. Grandes mantos de musgos aparecem por aqui e por ali, do chão emergem seres vivos. São cogumelos! Uns castanhos, outros brancos, outros de tons laranja ou vermelho, cinzas e cremes , uns lisos, outros salpicados, alguns grandes, alguns pequenos, uns brilhantes, outros baços, etc, por todos os cantos se procurar bem existem cogumelos.

Seres que deliciam quer animais quer humanos, mas cuidado, alguns poderão dar nos uma última refeição, por isso cuidado com os cogumelos venenosos.

Os únicos que realmente costumo comer, são o “laranginha” ou “seta” Lactarius deliciosus e o “gasalho”, “frade”, “roque” Macrolepiota procera, que aliás são os mais conhecidos, julgo eu. Outros conheço que também são comestíveis, mas que ainda nunca os provei, como o “míscaro dos pinhos” Suillus bellinii.

Um pouco mais abaixo de onde me encontro, existe uma ribeira, onde a água corre fluente, estamos perto da localidade de Casas-da-Ribeira no Concelho de Mação. O barulho da água não permite ouvir as aves que por ali observo (cartaxos, tentilhões, piscos, melros…).

Os amieiros existentes competem pelo sol com as acácias, estas provenientes do outro lado do mundo. Amieiros estes que esperam os bandos de Lugres (Carduelis spinus), uma pequena ave que vem passar por cá o Inverno e se delicia com as sementes que caem das pequenas pinhas dos amieiros. Fetos por aqui e por ali animam o local. Encontro uma Gilbardeira (Ruscus aculeatus), uma planta muito usada pela época do natal devido aos seus frutos vermelhos centrados no centro da “falsa folha”, neste momento apenas apresenta uma pequena flor de cores ténues. Num antigo muro, Orelhas-de-monge ou também conhecidas como “Conchelos” Umbilicus rupestris, uma pequena planta vivaz, herbácea com umas folhas suculentas, muito boas para compor uma bela salada, já comi e recomendo.

Vou subindo a ribeira e encontro uns pequenos cogumelos do género Coprinus, outros há bem agarrados a um pequeno ramo, e uns muito bonitos cor de laranja sobressaem nos verdes, castanhos e cinzentos da paisagem.

Encontro um caminho que vai dar a uma ponte antiga já em ruínas e a precisar de uma intervenção. É do tempo da Rainha D. Maria I, construída em 1779 ou seja tem cerca de menos 200 anos que eu… 237 anos! Uma ponte recente e antiga.

Bem, depois de ficar um pouco a respirar aquele ar e a imaginar o que já por ali terá passado, dou como terminado o meu passeio.

Até ao próximo post.

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