Pelas serras em Mação

 

Hoje a meio da tarde aproveitei para dar uma volta perto das Casas-da-Ribeira (Mação), para ver como estavam certos locais onde há uns anos já não passava.

A meio do percurso encontro umas flores que se destacam entre os verdes, castanhos e azuis da paisagem, provavelmente milhares de flores pequeníssimas concentradas numa só planta. Juntas compõem um conjunto fabuloso. Trata-se de um “queiró” (Erica umbellata), é das poucas urzes desta espécie em floração no local. A sua floração estende-se do mês de Janeiro até Setembro, e estas devem ser as primeiras.

Também encontro uma Erica lusitânica, esta é muito parecida com a urze-branca (Erica arbórea), mas julgo que nesta altura do ano a “arbórea” ainda não esteja em floração.

Pelas serras nota-se que praticamente está tudo ao abandono, tirando alguns terrenos já surribados e com plantações de eucaliptos. Também se vêm algumas colmeias por lá, já que por ali há muitas plantas, são flores que têm muito interesse para a apicultura.

No fundo do vale nas margens da ribeira, as acácias são rainhas, e dominam tudo o que lá vive, entre elas ainda restam alguns amieiros, salgueiros e choupos que lutam pelo seu “punhado” de luz. Uma luta que acabará por ser ingrata, pois as acácias crescem rápido e alto, ao fim de uns anos estas árvores autóctones acabarão por sucumbir na sombra desta letal invasora. Na sua sombra tudo acaba por desaparecer, e desafio a qualquer um dos leitores a passar num local cheio de acácias com médio ou grande porte, e observem com os próprios olhos.

Na serra os pinheiros há muito que já pedem um desbaste, provavelmente se tivessem sido acompanhados e tratados já teriam o dobro do tamanho, ou mais. Uma ZIF (zona de intervenção florestal) neste local poderia por este enorme vale a “andar”.

No topo de um pinheiro avisto um picanço-real (Lanius meridionalis), uma ave residente.

É incrível como passamos em muitas zonas do país em que as populações aproveitam cada pedaço de terra. Por cá até nas zonas mais férteis e produtivas como no fundo deste vale estão silenciosas, não há vivalma, nem hortas, e até nesses locais há quem ouse plantar eucaliptos, zonas onde poderiam crescer choupais, ou outras culturas adequadas a esses locais.

Para finalizar ainda vi petinha-dos-prados, eram umas sete ou oito. Estas ao contrário do picanço que avistei, são invernantes por cá.

Continuação de um bom fim de semana!

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