Há dias enquanto observava uns pombos torcazes no concelho de Mação, heis que algo colorido me despertou a atenção, num dia de inverno em que o sol espreitava de tempos a tempos, tinha pousado poucos metros à minha frente uma borboleta-almirante-vermelho (Vanessa atalanta), uma espécie muito comum em Portugal.
Esta desafiava a intempérie, não é muito normal ver borboletas por aí tão cedo, mas segundo li e constatei, esta espécie é pioneira em aventurar-se em pleno inverno. E como podem comprovar nas fotos, esta já deve ter tido alguns acidentes, reparem nas suas asas algo destruídas.
Fora este comportamento “suicida”, tem outro a que achei bastante piada, à medida que me ia aproximando para a fotografar, ela levantava voo e afastava-se quatro a cinco metros para depois voltar a pousar bem perto de mim, ainda fez isso umas três vezes.
Escolhe umas plantas não muito apreciadas (para alguns) para por os ovos, nas urtigas (Urtica membranacea)! Para encontrarem as suas lagartas observem com atenção as folhas das urtigas, quando meio enroladas para dentro, é porque o mais certo é haver por ali uma pequena lagarta bem engraçada, escura e espinhosa, com uma linha amarelada.
Agora imaginem umas asas tão frágeis a desafiar este vento gélido que tem soprado por aí. Pode ser que lá mais para o verão volte a fotografar uma mais apresentável.
Uma outra curiosidade desta espécie é o facto de no espaço de um ano haver mais do que uma geração de borboletas.
Hasta!
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