Hoje a meio da tarde voltei a observar uma “salamandra-de-fogo” (Salamandra salamandra), como durante o dia esteve a chover esta aventurou-se em demasia mas teve sorte e até algum protagonismo.
Não era um espécime adulto, mas de tamanho reduzido em comparação a outras que já tenho visto, depois da fase larvar estes animais podem viver até aos trinta anos! É um animal comum no nosso país que gosta de locais frescos, vive em zonas florestais, matagais, e até mesmo em hortas.
Embora existam alguns mitos em relação ao facto de serem venenosas isso não passa mesmo disso, de um mito. Tem apenas como defesa contra os predadores um muco tóxico que liberta pela pele ao ser apertada. Ao agarra-la nada aconteceu, nem irritação na pele, nem outro sintoma esquisito, ao que julgo e ao que li a secreção cutânea, vai provocar aos animais que a tentem comer uma má disposição dos diabos, pelo que se comerem uma, quando voltarem a tentar comer outra vão pensar duas vezes, e vendo bem aquelas manchas amarelas num fundo preto, são no fundo um sinal de aviso de que algo não está bem (risos).
A salamandra-de-fogo é a única em Portugal que é ovovivípera, ou seja o embrião desenvolve-se dentro de um ovo dentro da progenitora alimentando-se apenas dos nutrientes existente no próprio ovo. E esta pode ter até oitenta ovos!
Alimenta-se dos mais variados “bicharocos” desde caracóis a formigas, escaravelhos, centopeias, entre muitos outros.
Tal como outros anfíbios necessita de habitat’s com certas características para se reproduzirem, locais húmidos e de zonas com águas mais ou menos duradouras, a destruição destas, incêndios e atropelamentos são alguns dos entraves à sobrevivência desta espécie.
Já há uns anos escrevi um artigo sobre a salamandra-de-fogo, onde relatei outras vivências de quando era criança. Podem ver neste link:
https://respiranatureza.com/2012/04/21/salamandra-de-fogo-salamandra-salamandra/
Abraço!