Entre dois concelhos (Parte 1)

Como sabemos, não há nada que “corte” as paisagens, sendo assim voltei a um local que divide dois concelhos, onde não ia há mais de quinze anos. Trata-se de um troço da Ribeira de Eiras perto da sua foz, onde faz fronteira o Concelho de Mação e o Concelho do Gavião.

Um bom local, para se iniciar o dia, poderá ser sem dúvida na praia fluvial da Ortiga-Mação, onde a paisagem é arrebatadora.

Aqui desagua a Ribeira de Eiras no Rio Tejo, outrora um fio de água bem mais pequeno, com a barragem é enorme!

Praia fluvial da Ortiga, um bom ponto de partida para qualquer passeio, seja por terra ou água, mas desta vez fui a pé…

Logo aí, encontro algo que não estava à espera! Uma trepadeira-azul Sitta europaea sobe e desce um tronco em busca de alimento, esta capacidade é única entre as aves da Europa. É a única ave é capaz descer os troncos das árvores de cabeça para baixo.

Não esperava encontrar por aqui esta pequena ave.

Esteve bem perto mas a máquina fotográfica não permitiu melhores fotos do que estas que aqui apresento.

A trepadeira-azul “Sitta europaea” tem uma característica muito importante, pois é a única ave na Europa a conseguir descer de cabeça para baixo. Nesta zona tenho observado uma parente bem mais vulgar, a trepadeira-comum que desta vez não encontrei.

Passo a ponte e estou no concelho do Gavião, lá no alto duas águias voam juntas, trata-se de dois espécimes de águia-calçada Hieraaetus pennatus, uma espécie estival por cá, estando prestes a iniciar a sua migração até ao continente africano.

Duas águias-calçadas “Hieraaetus pennatus“ cruzam os céus, parecem advinhar que o final do Verão se aproxima. Dentro de dias ou semanas acabarão por rumar ao continente africano.

Neste recanto encontramos granito, uma rocha que proporciona bonitas paisagens. De entre a flora ali existente realço uma trepadeira nativa do nosso país, a salsaparrilha-do-reino Smilax aspera L. ,quando não temos silvas temos “salsaparrilhas” para nos picarmos (risos).

Adoro as paisagens em que a rocha predominante é o granito, pois proporcionam estas bonitas paisagens.

Salsaparrilha-do-reino também conhecida por Alegra cão “Smilax aspera L.”. Quando não há silvas aparecem as “salsaparilhas” para nos picar (risos).

Este pedaço de pinhal escapou à fúria dos incêndios deste Verão.

Apesar de bonita heis uma espécie a eliminar da paisagem. Amaryllis belladonna L, ou Falsa-beladona, tóxica e exótica. Nativa do Cabo Ocidental, África do Sul.

Vou até a um local onde existe um monumento megalítico, a Anta do Penedo Gordo! Esta é diferente das encontradas no concelho de Mação, pois enquanto as encontradas no concelho de Mação são construídas com blocos de xisto, esta é construída com granito.

A Anta do Penedo Gordo (Concelho do Gavião) é composta por blocos de granito, ao contrário das antas encontradas no Concelho de Mação que são construídas em xisto.

Este monumento terá sido construído durante o neo-calcolítico, e dele apenas resta a câmara funerária, esta composta por nove esteios (colunas), onde já não existe a lage de cobertura, e com o corredor de acesso composto por quatro esteios de cada lado.

Visto deste lado notamos que dois dos “esteios” estão incompletos, também a lage de cobertura hoje em dia não existe.

Aqui visto de frente este monumento terá sido construído durante o neo-calcolítico, e dele apenas resta a câmara funerária, esta composta por nove esteios (colunas), onde já não existe a lage de cobertura, e com o corredor de acesso composto por quatro esteios de cada lado.

Hoje fico por aqui, no próximo artigo irei relatar a parte 2 de “Entre dois concelhos”, onde vou relatar a descida até à ribeira de eiras…

Abraço!