Entre dois concelhos (Parte 2) “Descida até à Ribeira de Eiras”

Ao iniciarmos a descida até à ribeira passamos por bonitos afloramentos rochosos, alguns deles proporcionam-nos excelentes abrigos para a chuva.

Também de destacar as muitas espécies que podemos encontrar por lá, e a nível de flora podemos encontrar espécies que embora devessem ser comuns não o são, como é o caso da cornalheira, também conhecida por terebinto Pistacia therebinthus, nesta altura do ano já a encontramos em frutificação, umas pequenas bagas vermelhas. Já aquele tipo de vagem que não o é, trata-se do resultado da picada de um pulgão que tal como acontece nos carvalhos provoca na planta uma reacção, neste caso não temos um bugalho, mas temos algo parecido com um “corno” daí o seu nome ser cornalheira. Embora possa chegar aos dez metros de altura, por aqui não passa a fase arbustiva.

Já ouviram falar da essência de terbentina? Esta é fabricada a partir desta pequena árvore.

Muitas outras espécies podem ser encontradas por ali, como o folhado Viburnum tinus muito usado como planta ornamental, a aroeira Pistacia lentiscus uma pequena árvore que atinge quatro cinco metros de altura, embora por aqui também não passe do estado arbustivo formando moitas densas o que é ideal para aves como as perdizes que fazem o ninho junto ao chão.

E por falar em perdizes heis que encontrei o vestígio de uma…

Por estes lados encontramos também uma planta protegida por lei, a gilbardeira ou erva-dos-vasculhos Ruscus aculeatus, costuma ser apanhada na altura do natal para ornamentar a casa. Muitos não sabem que esta planta é muito fácil de propagar por semente, só temos de separar a polpa da semente e colocar na terra, com facilidade, germinará passado um ano.

Por entre as fragas vou avistando algumas aves, entre elas posso destacar as toutinegras, os trigueirões e uma águia-de-asa-redoda que não consigui fotografar. Fotografei apenas uma toutinegra lá ao longe dentro da ramagem de uma oliveira.

Murta Myrtus communis, salsaparrilha-do-reino Smilax aspera, lentisco-bastardo Phillyrea angustifolia com as suas bagas escuras são outras espécies que se encontram por lá.

Salteando rochedos e “rompendo” pela paisagem, encontro algo estranho que considero ser um ovo de algum réptil, isto por ser mais alongado que o normal…ao falar com um entendido do país vizinho disse-me que muito possivelmente seria de cágado.

Estou quase a chegar à ribeira, umas últimas observações e ao longe vejo uma antiga azenha…

Uma última dificuldade se avista, descer uns barrancos embrenhado no matagal, no fundo já no leito da ribeira encontro algumas espécies invasoras, entre elas uma tintureira Phytolacca americana, uma espécie oriunda da América do Norte que foi trazida para fins medicinais e para a tinturaria, hoje em dia aqui é só mais uma planta invasora.

Continuo dentro de dias no próximo artigo em respiranatureza.com

Gady!

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