Morcego-de-ferradura-grande “Rhinolophus ferrumequinum”

Depois de há umas semanas ter encontrado morcegos na cave de uma azenha na Ribeira de Eiras, voltei a encontrá-los no mesmo local. Desta vez estavam lá dois, tentei fotografá-los e a diferença da última vez é que fui com bastante mais calma, assim não fugiram. Para fotografar deve ser utilizada uma luz vermelha para não os incomodar demasiado, uma maneira fácil é levar uma lanterna coberta de celofane vermelho.

Estes animais são sem sombra de dúvida muito interessantes, pois é o único mamífero voador, dorme de cabeça para baixo e pertence a um grupo fantástico de animais que usa “sonar” permitindo “ver” através de sons (ecolocalização), algo muito estranho que conseguem alcançar através da emissão de sons em frequências não audíveis para o ouvido humano.

Existem cerca de 25 espécies de morcegos em Portugal. Neste caso trata-se do Morcego-de-ferradura-grande Rhinolophus ferrumequinum, e pelo que constatei vive preferencialmente em ambientes subterrâneos, aproveitando grutas naturais e construções humanas para se abrigar, neste caso uma divisão recatada de uma velha azenha. Aquele local também é bastante arborizado e os insectos por ali abundam, e estes são a base da sua alimentação.

Estes morcegos dependem bastante das florestas autóctones onde o alimento abunda, a destruição destas pelo homem ou pelos incêndios é bastante prejudicial para esta espécie. Naquele local encontramos bastantes espécies da nossa flora nativa, espécies como a aroeira, cornalheira, lentisco-bastardo, lodão-bastardo, medronheiro, sobreiro, amieiros, salgueiros, azinheiras entre outras árvores e arbustos. Como sabemos a floresta é o ponto de partida para um bom ecossistema, os insectos só abundarão se estas forem saudáveis. Ora experimentem encontrar insectos por exemplo num eucaliptal ou num outro local completamente alterado.

Destruição ou perturbação de abrigos, atropelamento e doenças são outras causas para a sua vulnerabilidade.

Com a chegada do Inverno e as enxurradas não poderão ficar por ali, pois a água poderá subir um pouco, certamente terão outros abrigos por perto e quando o frio apertar podem chegar a hibernar.

Estive a estudar um pouco sobre estes mamíferos alados e o que mais me espantou neles é o facto de poderem viver até 30 anos, incrível para um ser tão pequeno.

Junto mais uma foto de melhor qualidade enviada pelo amigo Gonçalo Lobato. Esta foi tirada este mês perto do Castelo de Mação, este pobre foi para recuperação pois embateu contra um carro, resultado: asa partida…

Abraço e até ao próximo post!

Gady

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