Há mais de um ano e meio passei neste local situado entre as Casas da Ribeira e a ponte do Castelo, na altura caminhava no alto da serra na margem direita da Ribeira de Eiras. Tirei umas fotos à buraca da moura lá existente e nesse dia escrevi um pequeno artigo em que prometi lá regressar.
Tempos passados em que estes locais eram simplesmente desconhecidos. Durante a reconquista cristã há quem diga que mouros se abrigaram escondidos pelas serras e montes em buracas como estas. E que durante muitos anos, por vales como estes sobreviveram. Contudo o último habitante destas buracas teria sido uma moura, da qual foram criadas muitas lendas.

Há cerca de uma semana passei lá perto, desta vez pela margem esquerda da ribeira, o dia estava fresco e de vez em quando chuviscava. Para mim este é o tempo ideal para passear pelo campo. Desci o vale até à ribeira.
O fogo também passou por lá, mas ao contrário de outras zonas, existem ali amieiros, são mais resistentes aos incêndios que outras espécies e assim aquele local permanece muito natural como podemos confirmar pelas fotos.
O verde por aqui é rei, o contraste das folhas de amieiro nas rochas dá um efeito fantástico.
A água parece suja, mas a sua coloração deriva das enxurradas que acabam por trazer detritos e muita terra para o leito da ribeira.
Por ali encontro algumas espécies de borboletas, entre elas uma bem estranha da família Pterophoridae.
Descendo um pouco a ribeira…
Encontro a borboleta-malhadinha Pararge aegeria.
Chego a uma zona dominada por acácias e como pude constatar esta zona foi muito mais afectada pelos incêndios, mas o que parece uma desvantagem para esta espécie invasora não se comprova, pois, milhares de sementes começam a germinar no solo.
Voltando a subir decido passar perto da buraca, mas não entrei, pois em locais como estes muitas vezes abrigam-se aves como o bufo-real e outras corujas, que com crias tornam-se aves agressivas e perigosas.
As garras do bufo real podem ser comparadas ás garras de um felino de grande porte, observem a foto, poderosas não?
Nas rochas cravinas bravas destacam-se nos afloramentos rochosos.
Entretanto começou a chover torrencialmente, sorte que já tinha saído do fundo do vale.
Abraço!
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