Quem não conhece a lagartixa-do-mato Psammodromus algirus?
Desde miúdo estou habituado a vê-las pelo campo, por vezes até me passam despercebidas, mas com um olhar mais atento observo um réptil extremamente útil e precioso nos nossos ecossistemas.
Tal como o nome indica, “lagartixa-do-mato”, o seu habitat de eleição são mesmo as zonas de matagal, mais ou menos denso, ali é rápida e quando necessário uma trepadora hábil. Por estes habitats alimenta-se de seres pequenos como insectos, aracnídeos entre outros pequenos animais. Muitas vezes encontra-se por hortas, jardins e envolta das nossas casas. Mas não há motivo para alarme, é um animal inofensivo que nos presta um grande serviço, controlando as populações dos pequenos seres de que se alimenta.
Aprecia o sol, e é nos meses mais quentes do ano que está mais activa, dependendo dos locais onde habita pode hibernar nas zonas mais frias.
Quando adulta pode chegar a medir cerca de 30 cm. A parte mais comprida do corpo é a cauda, sendo duas a três vezes superior ao comprimento do corpo.
Em Portugal é uma espécie comum, além de Portugal, distribui-se pela restante Península-Ibérica, Sul de França e Norte de África. Olhando para estes animais reparamos que possuem uma cabeça robusta, achatada e na cabeça apresenta placas escamosas de grandes dimensões.
Embora a coloração possa variar apresenta na maior parte das vezes a zona dorsal castanho claro, podendo esta apresentar-se levemente esverdeada. Duas listras claras apresentam-se longitudinalmente, da parte posterior do olho até ao início da cauda. O Dorso é pardo, mais escuro junto às listras brancas. Junto às patas, por vezes, apresenta um pequeno ocelo (pequeno “olho” azul).
O dimorfismo sexual é mais evidente na época do cio, ostentando tons laranjo-avermelhados em certas partes da cabeça podendo por vezes prolongar-se pela garganta e pescoço.
A nível taxonómico trata-se de um réptil escamoso da família dos lacertídeos.
Quando era miúdo e apanhava estas pequenas lagartixas abria-lhes a boca e pendurava-a numa orelha, ficavam agarradas e não fugiam, depois soltava-as. Enfim coisas de crianças…
Para as fotografar, com calma deixam que nos aproximemos, sem movimentos bruscos e alguma paciência até se tiram umas boas fotografias!
Abraço!!
Gady
Referências bibliográficas:
MARAVALHAS, Ernestino, SOARES, Albano (2017) – Anfíbios e Repteis de Portugal / Amphibians and Reptiles of Portugal. Booky Publisher.
REIS, Margarida dos Santos (1997) – Revista Fórum Ambiente nº34, pág. 77/78. Lisgráfica. Lisboa.
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Parece uma cobra
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