Hyla meridionalis (Boettger, 1874)
Já não encontrava uma rela há bastante tempo, mas hoje apareceu-me à porta pela mão de um amigo…
As relas são pequenos anfíbios anuros (sem cauda). Em Portugal podemos encontrar duas espécies. A rela-meridional Hyla meridionalis e a rela-ibérica Hyla molleri.
Neste caso escrevo sobre a rela-meridional.
Para começar, como as distinguir? É relativamente fácil, basta prestar atenção à banda lateral de cor escura que em ambas começa na narina. No caso da rela-meridional esta banda termina perto dos membros anteriores, enquanto que na rela-ibérica esta banda estende-se até aos membros posteriores.
São animais bonitos e frágeis. A sua pele é lisa e brilhante. A pupila é horizontal e como podem ver nas fotos a íris é dourada.
Medem cerca de 5 cm. Possui quatro dedos nos membros anteriores e 5 nos posteriores. Na ponta dos dedos possui discos adesivos que segundo constatei agarram praticamente a tudo, é fantástico.
Não é muito comum, mas podem ser encontrados indivíduos de cor azul. Eu nunca vi, mas ainda não perdi a fé.
Distribui-se pela Península-Ibérica, Sul de França e Sudoeste de Itália. Em Portugal surge na metade sul do país, na zona centro existem, mas em populações mais fragmentadas. Principalmente em núcleos mais isolados a espécie pode-se extinguir localmente quando o seu habitat é alterado, principalmente locais de reprodução.
O uso desadequado de pesticida é grande causa de morte para a espécie que se alimenta de insectos e outros invertebrados. Certo dia encontrei uma rela meio moribunda pois esse terreno tinha sido tratado com pesticidas há dias atrás.
De um modo geral o abandono de práticas tradicionais, tanto na agricultura como na exploração das nossas florestas não tem ajudado muito na manutenção de espécies como esta.
Deixo aqui algumas referências que sustentam o que escrevi, são bons livros que uso diariamente nas minhas pesquisas.
Grande abraço!
Gady
ARNOLD, E. N.; BURTON, J. A. (1985) – A Field Guide to the Reptiles and Amphibians of Britain and Europe. William Collins Sons & Co Ltd Glasgow, Great Britain.
MARAVALHAS, Ernestino, SOARES, Albano (2017) – Anfíbios e Repteis de Portugal / Amphibians and Reptiles of Portugal. Booky Publisher.
LOUREIRO, Armando; ALMEIDA, Nuno Ferrand; CARRETERO, Miguel A.; PAULO, Octávio S. (2008) – Atlas dos Anfíbios e Répteis de Portugal. INOVA Artes Gráficas. Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade
Lindas! Verdade, cada vez menos seres como esses iremos ver ou quando muito, com mutações devido a larga escala de pesticidas usados indiscriminadamente. Resultado, gente morrendo de câncer e natureza morrendo por gente.😭
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Cada ser humano tem de dar a sua cota parte na preservação da natureza e do nosso mundo. Em conjunto já vimos que não funciona. É uma pena.
Abraço e um excelente ano 2019.
Gady
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