Numa das noites chuvosas do passado mês Dezembro o meu amigo Michel Henrotay desafiou-me para uma saída nocturna…
“Gady, j’ai un défi pour toi, allons chercher des amphibiens. La nuit est super pour ça!” Falou em francês, mas eu entendi e concordei. Depois de beber um café e uma ou duas ginjas lá fomos.
A noite estava óptima para os encontrar. Segundo o Michel, as noites quentes e húmidas são perfeitas para encontrar este tipo de animais, e assim foi…
Já esperava encontrar tritões e salamandras, gostava de voltar a encontrar uma salamandra-de-costelas-salientes da qual já tenho um artigo escrito aqui no respiranatureza.com, no entanto a surpresa foi outra, encontramos um sapo-corredor Epidalea calamita, aliás vários.
Até à data nunca tinha reparado nestes pequenos, mas de facto são bastante comuns podendo ser encontrados em Portugal de Norte a Sul. Aliás a sua distribuição vai até à Europa Central.
É mais pequeno que o grande sapo-com não excedendo os 9 cm, nesta espécie também a fêmea é maior do que o macho. O que mais me chamou a atenção foram as verrugas castanhas no dorso (que também podem ser alaranjadas) e uma linha dorsal mais clara (por vezes ausente).
Os olhos são magníficos observem bem a íris esverdeada, fenomenal não é?
Alimenta-se como a maior parte dos anfíbios de pequenos seres como invertebrados, insectos entre outros.
Não necessita de água permanente para se reproduzir, qualquer charca ou poça de água temporária “desenrasca” por esse facto é tão comum. No entanto, em anos atípicos com pouca chuva pode comprometer a reprodução da espécie, por isso digo não às alterações climáticas.
Mas digo que é comum e só agora é que os comecei a ver. Bom isso vai da minha “pancada”, boa espero! Bom, afinal de contas este animal é nocturno, daí seja tão pouco observado pelos mais distraídos.
Nesta noite ainda conseguimos encontrar tritões e salamandras, todos os outros que esperava encontrar não apareceram.
Obrigado Michel pela companhia!
Abraço a todos!
Gady
Referências bibliográficas:
MARAVALHAS, Ernestino, SOARES, Albano (2017) – Anfíbios e Repteis de Portugal / Amphibians and Reptiles of Portugal. Booky Publisher.
ALMEIDA, N. F., ALMEIDA, P. F., GONÇALVES, Helena, SEQUEIRA, Fernando, TEIXEIRA, José, ALMEIDA, F. F. (2001) – Guia de Campo dos Anfíbios e Répteis de Portugal. FAPAS.
LOUREIRO, Armando; ALMEIDA, Nuno Ferrand; CARRETERO, Miguel A.; PAULO, Octávio S. (2008) – Atlas dos Anfíbios e Répteis de Portugal. INOVA Artes Gráficas. Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade
Pingback: A rara salamandra-lusitânica… | RESPIRA NATUREZA