Depois do último artigo que escrevi, sobre o Castelo Velho do Caratão e motivado com algo mais, tentei saber onde seria o penedo do Aivado… indicado no antigo ditado popular da Aldeia do Caratão.
“Entre Bandos e Rebandos, e os dois caratões ambos, e a rua da Amieira, e o penedo Aivado, há oiro arraiado, que chega ao ferro do arado”
Parece-me que existem alguns penedos Aivados, um perto da Cova da Moura entre a ponte do Castelo e a aldeia de Casas da Ribeira, local que já conheço e sobre o qual já escrevi no respiranatureza. E um outro sugerido pelo meu amigo Gonçalo Lobato, situado na Corga – aldeia do Castelo. Também para os lados do Maxial (Envendos) existirá um penedo “aivado”.
Já tinha andado ali por perto, mas para ser franco desconhecia este bonito penedo.
Depois de visitar o local, fiquei com a ideia que será um local bem fresco, um bonito vale que se estende até onde a vista alcança, com muitas casas abandonadas, com laranjeiras carregadas sem uma mão que as apanhe, uma pena!
Por ali passa a ribeira do Castelo que nasce no sopé do Bando dos Santos. No seu decurso, em tempos, muitas azenhas e moinhos trabalharam. Por estes montes também existem moinhos de vento, mas que se situam mais no alto. Desta vez não passei por lá, fica para uma próxima.
Neste solo bravio observo pela primeira vez este ano, campainhas-portuguesas, também conhecidas por narcisos Narcissus triandrus subsp. lusitanicus.
O penedo do Aivado é um maciço quartzítico que aparece na paisagem de forma invulgar. No meio daquela bonita fraga existe uma passagem, de um lado ao outro.
Muitos fetos se atravessam no meu caminho, mas por ali também encontro plantas como murta, gilbardeira, urzes entre outras.
Do fogo, que também por ali passou, ainda encontramos o negro. A existência de eucaliptos na minha opinião pessoal acaba por desvalorizar um pouco o local.
Do centro olho para cima e vejo o céu azul, tenho de ali voltar numa noite de Verão, dentro daquela cavidade decerto o céu estrelado terá outro sabor, outra perspectiva.
Ao longe avista-se o Bando do Codes…
Observando do topo a paisagem é magnífica, noutros tempos por ali existiriam certamente muitos castanheiros e olival, pinheiros, campos cobertos de cereais e sem dúvida muita gente para trabalhar.
Ao subir um pouco após o penedo começo a encontrar Háqueas-espinhosas, uma espécie a eliminar caso contrário este local deixará de ser visitável dentro de anos.
Uma Borboleta aproxima-se da minha objectiva. Trata-se de uma malhadinha Pararge aegeria.
Convido todos os leitores a visitar esta aldeia e o Penedo do Aivado, certamente irão gostar.
Despeço-me, com mais umas fotografias que tirei por ali.
Abraço
“Entre Bandos e Rebandos, e os dois caratões ambos, há tanto dinheiro enterrado, que Portugal não o dá levantado”. Assim ouvia o ditado.
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Parabéns Gady.
Eu nasci no Freixoeiro,não longe e pouco conheço.
Fico encantado com as tuas descrições.
Espero ir aí em Maio.
Conto contigo para me mostrares sítios como estes que comentas.
Até lá,penso ir aos Alpes de Haute Provence e Manosque onde nasceu Jean Giono (L’homme qui plantait des arbres). Enviarei fotos.Bravo pelo teu trabalho.
Abraço
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Força, espero por si! Abraço
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Gosto muito dos seus textos. Amansam-me a saudade.
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Comecei há pouco tempo a seguir os seus trabalhos . Gosto muito. Parabéns Gady
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Obrigado
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