Há dias resolvi fazer uma caminhada pelos Bandos de Mação. Não é que não conheça esta zona, mas resolvi fazer uma caminhada com o meu amigo John e dar-lhe a conhecer os locais mais altos do Concelho de Mação.
A última vez que por aqui passei foi neste último Inverno e estava frio, mas hoje o calor ia apertar sentia-se no ar… Estacionámos perto de umas velhas construções e aí começamos a nossa caminhada.
Antes de mais, queria passar na mina do Ti Guilherme.
O Ti Guilherme foi um homem que terá nascido em cerca de 1800 … talvez na década de 70 desse século. Segundo me contaram morreu velho, chegou a viver cerca de 100 anos. O meu amigo Nuno Lobo chegou a conhecer o Ti Guilherme e disse: “não me esqueço do seu barrete preto a pender para um dos lados. Fazia lembrar o barrete dos campinos…”
Hoje existe ali um parque de merendas com o seu nome, não fosse esta a sua mina. Um verdadeiro tesouro!
Por estas terras, que se estendem abaixo da mina sempre houve fartura de água, apesar disso ali já nada se cultiva.
Dali partimos em direcção à charca do bando, uma charca em altitude, quase no topo da serra, mas para lá chegar atalhamos pelo meio do pinhal.
É uma sorte este local não ter ardido em 2017, no entanto em outros locais onde passei o mesmo não aconteceu… de repente as aves deixaram de se ouvir, não é para admirar. Uma águia-calçada observa-nos lá do alto…
Esta charca nem sempre a conheci assim. Há vinte anos atrás era bastante mais pequena e ao seu redor a terra era tipo um lameiro. Hoje está assim, enorme. Faltam por ali algumas árvores para atrair mais vida àquele local… esperava encontrar por lá patos e outros animais. Mas apenas avistei borboletas e libélulas.
Mais à frente vestígios de uma caçada bem-sucedida, pelo estado das penas terá sido uma rapina a devorar aquele pombo, sinal que apesar de moribunda, a natureza continua a funcionar por aqui.
Mais acima, o parque eólico. Ali estamos a acerca de 624 metros de altitude…, mas ainda não é o ponto mais alto de Mação.
Encontro um gafanhoto-pedra… Trata-se de uma fêmea de Ocnerodes prosternalis (Bolívar,1912). Um gafanhoto que não é muito comum. É endémico de uma pequena parte da Península-Ibérica. Talvez seja sobre este gafanhoto o meu próximo artigo no respiranatureza.com.
Hora de descer e cruzar as duas serras até ao ponto mais alto!
Não sou muito adepto de caminhar por estradões, por isso, para baixo vamos a corta mato. Pelo caminho volto a encontrar outro Ocnerodes prosternalis, pelos vistos aqui ainda abundam.
Mais abaixo um tentilhão canta por entre os pinheiros, mas não o consigo observar…
Lá em cima o Bando Maior (Bando dos Santos). Ali é o ponto mais alto deste Concelho, com 643 metros de altitude.
Vamos até lá acima?!
Uma última foto… e esperem pela continuação no próximo artigo!
Gady!
Adorei Gady muitos parabéns pelas fotos e obrigado por mostrares tanta coisa bonita
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Vou tentar fazer sempre o melhor por mostrar o que de mais belo encontro por aí :p Grande abraço!
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Espero pela narrativa seguinte. Também fiz o percurso, mas sem o mesmo “sentir”…
obrigado Rui
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