Já a caminho do Bando dos Santos (Bando maior)…
Na vertente virada a Este, a paisagem já está muito alterada, grandes plantações de eucalipto surgem pela serra abaixo.
Por estes lados a natureza precisa de tempo para se recompor. Basta olhar em frente para perceber isso. Parece inacreditável tamanha destruição…
Estamos quase a chegar à Buraca da Serpe, um local com alguma magia, magia essa que ainda persiste. Sobre este local existem lendas e superstições, contadas geração após geração pelas gentes que nos antecederam…
Ao caminhar por ali, uma cotovia levanta voo… possivelmente o ninho estará perto já que começa a vocalizar como que chateada com os intrusos que se aproximam.
Ao contrário da última vez que aqui vim, hoje é fácil chegar às buracas pelo menos à maior já que fizeram por aqui um trilho e limparam o local. Rapidamente percebemos que não é boa altura para ali entrar, pois existem milhares de mosquitos.
A melhor altura para ali entrar será nos meses frios para não encontrarmos os mosquitos que agora abundam por ali.
Os antigos contam que esta buraca era bem maior e teria um pequeno lago no seu interior. A ser verdade a passagem já está tapada, há cerca de 20 anos atrás ainda se notavam pedras no fundo, mas com o passar dos anos foram ficando cobertas de terra… quem sabe se será verdade, eu quero crer que sim!
Buraca da Serpe… em Galego Serpe significa serpente… dizem os anciãos que naquele buraco em tempos viveu uma grande serpente. Vivia naquele buraco escuro, não precisava de procurar alimento, pois o alimento chegava até ela em busca da água fresca que nascia naquela buraca. Dizem que um tesouro magnifico teria a seu cargo… “por entre bandos e rebandos, e os dois Caratões ambos, e o penedo do Aivado, há oiro arraiado, que chega ao ferro do arado” …
Como vemos as lendas por aqui estão todas ligadas… Esta serpente terá sido morta por povos antigos, e do seu tesouro ninguém sabe… também há quem diga que esta buraca estaria ligada à buraca da Moura que existe entre o Castelo e as Casas da Ribeira, enfim tantas crenças!
Ali no chão está uma porta, pois este local já esteve selado em tempos… e assim fica o mistério no ar…
Atravessamos o topo do Bando Maior para finalmente voltar a descer…
Amanhã vou publicar o resto das fotografias, temos de voltar ao ponto de partida, certo!?
Abraço!!
Gady