Se bem se lembram do meu último artigo, andei por entre “bandos e rebandos”, pelas serras mais altas do Concelho de Mação.
Por lá, encontrei um insecto que me chamou a atenção, um gafanhoto endémico da Península Ibérica.
Na Península-Ibérica podemos encontrar 4 espécies do género Ocnerodes, sendo que, apenas duas existam em Portugal. O falso-gafanhoto-pedra Ocnerodes fallaciosus (Bolívar,1912) a sul (Algarve e Baixo-Alentejo) e o gafanhoto-pedra-de-pescoço-grosso Ocnerodes prosternalis (Bolívar,1912) mais a norte, mais ou menos na zona que vai da Serra da Malcata, Serra da Estrela e Serranias que se estendem até Vila de Rei, Mação e Proença-a-Nova.
Encontrei este endemismo Ibérico a cerca de 620 metros de altitude, a vegetação nesta zona é espaçada, uma zona algo árida e pedregosa, onde predominam urzes, carquejas e estevas, lentisco-bastardo, entre outras espécies.
A fêmea é muito maior que o macho, ficando apenas com metade do tamanho desta.
Todas as quatro espécies estão condicionadas, pois tratam-se de gafanhotos não voadores, e por isso, devido aos mais variados factores, as populações acabam por ficar muito fragmentadas e isoladas não havendo troca de genes entre elas. Qualquer catástrofe na zona onde vivem pode contribuir para a sua extinção em muitos dos locais onde ainda existem. Como será neste caso, os incêndios ou outras formas de destruição dos seus habitats.
Acerca desta espécie podem consultar a International Union for Conservation of Nature’s Red List aqui:
https://www.iucnredlist.org/species/68443288/75336513
Abraço e boas observações!
Gady