O que são Briófitas?
Que título estranho para um artigo, não? Mas posso tentar simplificar.
Briófitas são plantas, foram as primeiras a povoar o meio terreste, há muitos milhões de anos atrás. Pertencem ao Reino Plantae, ao sub-reino Embryophyta e à super-divisão Bryophyta, que por sua vez se divide em três filos um dos quais o filo Bryophyta. Um filo que representa todas as plantas avasculares, plantas simples que se reproduzem por esporos e que se caracterizam por não possuírem vasos condutores. Estou a falar de musgos!

Briófitas (do grego bryon: ‘musgo’; e phyton: ‘planta’)
Bem mais fácil agora estou certo!
Toda a gente conhece os musgos, normalmente encontram-se em zonas húmidas e sombrias. É nesta altura do ano que estão mais bonitos. Muitos de vós certamente nesta altura do ano já tem o vosso presépio rodeado de musgo, sem dúvida uma tradição estranha…
Realmente favorece o arranjo, pois replicam bem um ambiente natural e agradável…, mas é lá fora que fazem falta.

Esta “mini floresta” é o habitat de inúmeras espécies e faz parte da cadeia alimentar. É muito importante na retenção de água, funciona como uma esponja que vai infiltrando a água na terra lentamente. Também é indispensável para a estabilização dos solos, evitando a erosão do mesmo, basta observar a erosão provocada em solos devastados pelos incêndios, com a força da chuva e escorrência das águas grande parte da superfície dos solos vai parar inevitavelmente às linhas de água.
Muitas vezes estas são as primeiras plantas a aparecer após os incêndios e ao aparecerem são muito relevantes no que toca à acumulação de húmus, muita matéria orgânica vai ficar presa no meios destas pequenas plantas, que acaba por ser decomposta com ajuda de imensos seres que povoam estes micro habitats. Também é um ótimo “berço” para as sementes. Lembram-se no infantário de plantarem um feijão no algodão? Acho que já todos passamos por esta experiência, vê-lo germinar, o desenvolvimento da semente num meio húmido…, agora imaginem a mesma experiência feita pela mãe natureza, onde o musgo substitui o algodão… faz sentido estou certo?
É um excelente indicador ambiental, locais onde o encontramos em grande quantidade é um bom sinónimo de que ali as coisas estão a funcionar.
Herbicidas e a sua apanha são duas contrariedades à existência deste grupo de plantas pioneiras no mundo terrestre.
Embora se reproduzam por esporos também se conseguem reproduzir de forma assexuada, quer seja por fragmentação ou por gemulação, vamos ter mais atenção aos musgos?!
Grande abraço e boas festas para todos!!
Gady
Referências bibliográficas:
Antunes, Teresa; Pinto, Isabel S. (2006). Botânica – A passagem à Vida Terrestre Atlas e Texto. Lidel.
Muito agradeço esta publicação, que acrescentou informação ao meu conhecimento, sobre algo que conheço desde criança e que agora, muitas vezes, acabo por admirar nos campos. São uma riqueza, os musgos, e sempre considerei que são isso mesmo: um excelente indicador ambiental, já assim admitia quando ainda não tinha começado a ter atitude ecologista. Além disso, quando era criança, foi ao musgo que o meu avô me levou, para colher uma pequena porção para colocar junto ao pé da árvore de Natal, o pequeno pinheiro. Duas acções que há muito abandonei, pois ambas são a negação dos cuidados e práticas ecológicas. A propósito, como estamos na quadra: Feliz Natal e que 2021 seja um ano bem diferente, para melhor.
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Obrigado amigo! Boas festas também para si e para toda a família 🙂
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Os musgos são plantas magníficas e com detalhes de imensa beleza, Acho lindos, tal como normalmente são lindos os locais onde se encontram. Belas fotos!
E um bom Natal também!
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Obrigado Dulce. Realmente são formas de vida fantásticas e um mundo á parte de muitos de mós :p eu adoro observa-los e tentar reproduzi-los para colonizar novos habitats mais perto de casa. Abraços e boas festas :))))))
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